Município baiano registra 88 tremores de terra em um dia

La Moustache

Os sismos foram sentidos em Jaguarari, no centro-norte do estado.

📷 Divulgação/Prefeitura Municipal

O município de Jaguarari, no Centro-Norte do estado registrou 88 tremores de terra na última terça-feira (21). Dados do Laboratório Sismiológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Labsis/UFRN), apontam que o munícipio registrou 8 abalos sísmicos acima de 2 na escala Richter (mR).

O primeiro tremor ocorreu às 06h37 e teve magnitude preliminar de 2.2 mR. Outros sismos foram registrados durante o dia e sentidos pela população da região. O tremor mais forte foi sentido às 15h58, com uma magnitude de 2.7 mR. O último registro ocorreu às 18h40, com magnitude de 2.0 mR

O último sismo registrado em Jaguarari ocorreu em 27 de abril, quando uma série de tremores marcaram em média 1,8mR. O Labsis/UFRN aponta que o município é o local com maior incidência do fenômeno na Bahia em 2024, com cerca de 25 tremores acima de 1,5mR, escala mínima contabilizada nos boletins do laboratório. O número representa 39,68% dos abalos sísmicos registrados na Bahia (63).

Segundo o professor e coordenador do Labsis/UFRN, Aderson Nascimento, a alta incidência de terremotos em Jaguarari é causada pela reativação de falhas geológicas na região. “Quando pressionadas pelo movimento das placas tectônicas, elas liberam a energia acumulada na forma de eventos sísmicos. o fato dessas cidades estarem no meio das placas não impede a ocorrência desses fenômenos”, explica.

Aderson também dá dicas sobre como agir nesses momentos. “É importante ficar protegido em locais resistentes, como mesas, e tomar cuidado com objetos e telhas que podem cair em cima dos moradores. Após os sismos, é necessário observar possíveis rachaduras e entrar em contato com a Defesa Civil do município”, completou.

Estudo aponta riscos de terremotos no Nordeste

Recentes estudos apontam que o Nordeste brasileiro poderá enfrentar terremotos de média a alta magnitude nas próximas décadas. Com dados coletados pelo Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) e pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Academia Polonesa de Ciências preveem um aumento na frequência de eventos sísmicos significativos na região.

O estudo coordenado por especialistas em geofísica indica que há 50% de chance de ocorrerem terremotos com magnitudes entre 4.7 e 5.1 na Escala Richter. Essa previsão põe em alerta as estruturas civis da região, que podem não estar preparadas para tais abalos [leia mais aqui].

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