Movimento de Mulheres Negras Dandara do Sisal realiza evento inédito em Serrinha

La Moustache

No último sábado (27/04), o Movimento de Mulheres Negras Dandara do Sisal em parceria com a Rede de Mulheres da Bahia realizou no Centro de Pesquisa, Ciência e Tecnologia (CPCT) o evento “Preta, vem para Serrinha”. Este evento é parte de uma ação de mobilização nacional para a II Marcha Nacional de Mulheres Negras, organizada através de caravanas nos diferentes territórios de identidade da Bahia, e teve Serrinha como palco da primeira caravana, abrindo caminhos para uma ação que tem como objetivo levar 1 milhão de mulheres para Brasília em 2025.

O “Preta, vem para Serrinha” estruturou uma recepção para as mulheres e também para seus filhos e filhos, contando com espaço exclusivo para crianças, a brinquedoteca, projeto de extensão da Universidade do Estado da Bahia – Campus XI/Serrinha, coordenado pela professora Elivânia Andrade com apoio da brinquedista Luciana Lima e de monitores do curso de Pedagogia para acompanhar as crianças enquanto as mães e responsáveis estavam no momento de formação, garantindo assim, espaço seguro e lúdico para as crianças.

A UNEB, através da professora Isabelle Sanches, diretora do Campus XI/ Serrinha, também disponibilizou o espaço para formação e garantiu a infraestrutura para a realização do evento. Tivemos o apoio de outros parceiros como a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)/Serrinha que garantiu alojamento para as mulheres e seus filhos e filhas, além da Secretaria de Desenvolvimento Social (SUAS), Núcleo de Arte, Cultura e Comunicação na Comunidade (NACOM), Casa das embalagens.

Neste momento político, dialógico e de formação das mulheres negras tivemos representantes de vários municípios, dos diferentes territórios da Bahia, a citar: Serrinha, Lamarão Biritinga, Água Fria, Feira de Santana, Ipirá, Camamu, Araci, Banzaê, Salvador. Assim como a presença de membros de inúmeros coletivos de luta como: Coletivo de Mulheres Abayomi, Força Negra, Associação de Mulheres Koxerê, Casa da Cultura Dona Joana, Afoxé filhos e filhas do Congo, Associação Quilombola de Maria Preta, Secretária de Mulheres de Araci, CAPENE, Conselho dos Direitos das Mulheres de Serrinha, Fala tu Jovem e Ampaas.

A Ancestralidade da Mulher Preta foi a base das falas que jamais se calarão e o valor à identidade norteou todas as análises e reflexões, portanto, enquanto encontro de formação, o que tivemos foram partilhas, aprendizados, engajamentos e fortalecimento coletivo de estratégias para a busca de uma sociedade com mais isonomia e mais espaço para as mulheres negras.

Texto: Dandara do Sisal

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